terça-feira, 17 de novembro de 2009























Os olhos foram feitos para ver coisas insólitas
Fez-se a alma para gozar da alegria e do prazer
O coração foi destinado a embriagar-se na beleza do amigo ou na aflição da ausência
A meta do amor é voar até o firmamento
A do intelecto, desvendar as leis e o mundo
Para além das causas estão os mistérios, as maravilhas
Os olhos ficarão cegos quando virem que todas as coisas são apenas meios para o saber
O amante, difamado neste mundo por uma centena de acusações, receberá no momento da união cem títulos e nomes
Peregrinar nas areias do deserto nos exige suportar beber leite de camelo, ser pilhados por beduínos
Apaixonado, o peregrino beija a pedra negra ansioso por sentir mais uma vez o toque dos lábios do amigo
E degustar como antes o seu beijo
Oh alma, não cunhe as moedas com o ouro das palavras
O buscador é aquele que vai à própria mina de ouro

Rubayat.

Um comentário: