segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Se me é negado o amor



















Se me é negado o amor, por que, então, amanhece;
por que sussurra o vento do sul entre as folhas recém nascidas?
Se me é negado o amor, por que, então,
A noite entristece com nostálgico silêncio as estrelas?
E por que este desatinado coração continua,
Esperançado e louco, olhando o mar infinito?

(Rabindranath Tagore)

quarta-feira, 18 de novembro de 2009




Minha canção te envolverá com sua música, como os abraços sublimes do amor. Tocará o teu rosto como um beijo de graças.
Tagore

terça-feira, 17 de novembro de 2009























Os olhos foram feitos para ver coisas insólitas
Fez-se a alma para gozar da alegria e do prazer
O coração foi destinado a embriagar-se na beleza do amigo ou na aflição da ausência
A meta do amor é voar até o firmamento
A do intelecto, desvendar as leis e o mundo
Para além das causas estão os mistérios, as maravilhas
Os olhos ficarão cegos quando virem que todas as coisas são apenas meios para o saber
O amante, difamado neste mundo por uma centena de acusações, receberá no momento da união cem títulos e nomes
Peregrinar nas areias do deserto nos exige suportar beber leite de camelo, ser pilhados por beduínos
Apaixonado, o peregrino beija a pedra negra ansioso por sentir mais uma vez o toque dos lábios do amigo
E degustar como antes o seu beijo
Oh alma, não cunhe as moedas com o ouro das palavras
O buscador é aquele que vai à própria mina de ouro

Rubayat.

Shiva




















Na tradição hindu, Shiva é o destruidor, que destrói para construir algo novo, motivo pelo qual muitos o chamam de "renovador" ou "transformador". As primeiras representações surgiram no período Neolítico (em torno de 4.000 a.C.) na forma de Pashupati, o "Senhor dos Animais". A criação da ioga, prática que produz transformação física, mental e emocional, portanto, intimamente ligada à transformação, é atribuída a ele.

Shiva é o deus supremo (Mahadeva), o meditante (Shankara) e o benevolente, onde reside toda a alegria (Shambo ou Shambhu).

A roupa de Gandhi

O Mahatma Gandi provou que a "roupa não faz o homem". Ele só usava uma tanga a fim de se identificar com as massas simples da Índia.

Certa vez ele chegou assim vestido numa festa dada pelo governador inglês.

Os criados não o deixaram entrar.

Ele voltou para casa e enviou um pacote ao governador, por um mensageiro.

Continha um terno.

O governador ligou para casa dele e lhe perguntou, o significado do embrulho.

O grande homem respondeu:

- Fui convidado para a sua festa, mas não me permitiram entrar por causa da minha roupa. Se é a roupa que vale, eu lhe enviei o meu terno ...

autor desconhecido

O Rei que deportava seus cidadãos idosos

Uma história das Escrituras Budistas

Isto é o que eu (ou seja, Ananda) ouvi do ensinamento do Lorde Buda durante um sermão em Sravasti:

Era uma vez um rei que não gostava de cidadãos idosos. Ele achava que as pessoas que se tornavam idosas não eram mais úteis para o seu reino e portanto, um dia, ele decretou que qualquer pessoa acima de 60 anos de idade deveria ser deportada. Qualquer um que o desobedecesse sofreria severas punições e que ninguém se atrevesse a manter seus pais idosos em casa.

Porém, um dos seus mais velhos oficiais, secretamente manteve seu pai num aposento subterrâneo. Todo dia, ele lhe trazia alimento para comer, água para beber e Escrituras Budistas para estudar de modo que ele pudesse passar os últimos dias de sua vida tranqüilamente.

Quando o Imperador Sakra (o Rei do Céu no Budismo) tomou conhecimento desta norma, ele tornou-se muito infeliz com isto e mandou um de seus deuses para ver o Rei. O deus trouxe consigo uma mensagem do Céu para o Rei dizendo: "Estou lhe dando uma lista de problemas para serem solucionados. Você tem que me dar as respostas corretas dentro de um mês. Se você não me der as respostas corretas até o final deste período, o Imperador Sakra destruirá e arrasará com seu Reino!"

Os problemas eram:

1.

Primeiro, o mensageiro do Céu colocou duas cobras em frente ao Palácio e pediu ao Rei para distinguir a cobra masculina da cobra feminina.
2.

Depois, ele deu um elefante ao Rei e pediu para que o Rei o pesasse.
3.

Em seguida ele colocou uma tigela com água pura em frente ao Palácio e pediu ao Rei que encontrasse outra tigela de água mais valiosa do que aquela.
4.

Ele também colocou um pedaço de sândalo em frente à Côrte Imperial e perguntou ao Rei, "onde está a cabeça e onde está o fim deste pedaço de madeira?"
5.

Finalmente, o mensageiro do Céu trouxe consigo um par de cavalos brancos que pareciam exatamente iguais em todos os sentidos. Ao Rei foi pedido para encontrar quem era a mãe entre os dois cavalos.

Dos seus oficiais, nenhum foi hábil a resolver estes problemas. O Rei começou a ficar preocupado e colocou avisos por todo o seu Reino dizendo que qualquer pessoa que aparecesse com as respostas receberia uma recompensa de 20.000 peças de ouro. O tempo estava passando rápido e o final do mês se aproximando. Apesar disso, ninguém teve uma pista para apresentar.

Então, no último dia do mês, o Imperador Sakra apareceu ante o Rei e perguntou, "você já solucionou os problemas?" O Rei, agora aterrorizado, falhou em dar ao Imperador Sakra quaisquer respostas.

Naquele momento, um dos Oficiais da Côrte Imperial deu um passo à frente com seu pai idoso e disse, "Meu pai tem as soluções."

"Tudo bem," respondeu o Imperador Sakra. "Mostre-me como solucionar estes problemas."

Para distinguir a cobra masculina da feminina o velho pai colocou ambas num pedaço de tecido bem macio. Uma das cobras começou a se mostrar incomodada e tentou escapar. "Aquela cobra deve ser a cobra masculina. A cobra quieta deve ser a feminina." disse o velho pai. Problema número um resolvido.

Em seguida, o velho pai levou o elefante para dentro de um barco que estava flutuando num rio alí perto. Imediatamente, o barco afundou um pouco mas depois se estabilizou. Então ele fez uma marca da altura da água no lado do barco e deixou o elefante sair dele. Depois ele colocou pedaços de pedras no barco até que elas atingissem a marca feita anteriormente. Após as pedras terem sido pesadas numa balança, o peso do elefante pôde ser determinado. O problema foi também resolvido.

"Para solucionar o problema da tigela de água é fácil," disse o velho pai ao Imperador Sakra. "Tudo o que tenho a fazer é pegar qualquer outra tigela de água e dá-la a alguma pessoa, tal como um viajante num deserto, para bebê-la. Uma tigela de água, usada para salvar uma vida é mais valiosa do que a tigela de água simplesmente colocada para nada, alí em frente ao Palácio." O problema estava igualmente resolvido.

Para solucionar o problema do pedaço de sândalo, o velho pai o colocou na água. A cabeça, que por si é densa, submergiu na água. A ponta final, que é leve, flutuou sobre a água. Mais uma vez problema resolvido.

Para solucionar o último problema, o velho pai encontrou algum feno de boa qualidade e o colocou entre os dois cavalos brancos. Notaram que um dos cavalos chutou o feno para o outro e o deixou comer primeiro. Ela deve ser a mãe!

O Imperador Sakra ficou muito satisfeito com as respostas. Ele anunciou que iria desculpar o Reino de ser destruído. O Rei humano subitamente tornou-se iluminado e ajoelhou-se ante o Rei dos Deuses dizendo, "Agora eu vejo o que você quer dizer. É minha falta maltratar meus velhos cidadãos. Estou pedindo que perdoe meu pecado e irei trazer de volta meus cidadãos idosos para suas casas."

O Imperador Sakra ficou muito contente e retornou para o Céu.

A tradução deste texto é uma preciosa colaboração de
Teresinha Medeiros dos Santos - Felppondd@aol.com

O filho perdido



"Um jovem viúvo, que gostava muito do seu filho de cinco anos, estava fora, a trabalho, quando bandidos puseram fogo na cidade e levaram seu filho. Quando o homem volta para casa, vê tudo destruído e entra em pânico. Pega o corpo queimado de uma criança que toma por seu filho e chora copiosamente. Organiza a cerimônia de cremação e põe as cinzas num bonito e pequeno saco, que passa a carregar sempre consigo.

Um pouco mais tarde, seu filho verdadeiro escapa dos bandidos e acha o caminho de casa. Chegando na nova casa de seu pai, tarde da noite, bate à porta. O pai, ainda desgostoso, pergunta: "Quem é?"A criança responde, "sou eu, pai, abra a porta!"

Mas em seu agitado estado de alma, convencido de que seu filho já esta morto, o pai pensa que algum menino o está ridicularizando. Ele então grita: "Vá embora" e continua a chorar.

Depois de algum tempo, a criança vai embora. Pai e filho nunca mais se encontram de novo."

Sobre esta história, Buda disse: "Às vezes, achamos que alguma coisa é verdadeira. Se nos apegamos fortemente a esta "verdade", mesmo que a verdade bata à nossa porta, não a abriremos."

domingo, 15 de novembro de 2009
















A Lei propagada pelo Buda
é comparável a uma grande nuvem
que com uma nutritiva chuva,
umedece as flores humanas
de tal forma que elas possam florescer.
(Sakyamuni)

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Natal






















Enquanto os Brasileiros optaram por uma árvore de Natal que não é nativa do país o pinheirinho, os indianos elegeram as árvores nativas para decorarem durante o natal.
Na índia, as bananeiras, mangueira é que são enfeitada é, em algumas casas usam-se as folhas de mangueiras para fazer decorações Natalinas.
Em diversas regiões indianas usam-se pequenas lamparinas como enfeites que são colocadas sobre os telhados é muros.
Mas, nas igrejas utilizam-se velas e uma flor que, embora mexicana, tornou-se a flor do Natal de vários locais o bico de- papagaio, ou pointsettia.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Os três estágios da paixão






















Há um conceito entre os hindus do chamado "sétimo céu" que se transformou em sinônimo de êxtase amoroso.



O que os hindus chamam de sétimo céu, os ciganos chamam de terceiro estágio da paixão. E como chegar a ele? Simplesmente desconhecendo a palavra pressa.

Todo o segredo reside numa simples vela perfumada vermelha, de um terço do tamanho de uma vela normal. Ao adquirir a vela, meça-a a marque três estágios. Quando for fazer amor com quem você ama, leve em consideração os seguintes estágios:

Primeiro estágio da vela: movimento ereto e provocação

Tudo isso simplesmente quer dizer que, enquanto a primeira parte da vela se queima, vocês devem se movimentar e se provocar, mas seus corpos devem permanecer eretos, tocando-se, abraçando-se, movendo-se, indo no ritmo da música preferida. A dança e a música são as melhores companheiras nesse momento.

Segundo estágio da vela: movimento e inclinação

A partir desse momento, os movimentos deverão tender à inclinação, para que o contato dos corpos seja mais provocativo e sensual. A música e a dança continuam sendo as melhores sugestões, só que os movimentos devem ser suaves, longos e provocantes, apenas roçando, sem tocar diretamente, mas sugerindo o toque. Encostar-se nas paredes e nos móveis é aconselhável, mas a cama deve permanecer como uma sugestão ainda, sem que lhe seja dado destaque.

Terceiro estágio da vela: contato e horizontalidade

O toque é mais ardente e mais direto agora, detendo-se em provocar prazer. Deve ser inquieto e curto e os corpos devem se mover horizontalmente, invertendo posições constantemente. À medida em que a vela chega ao seu final, essas inversões devem ir se acentuando, até que a chama se apaga e a escuridão envolva os dois amantes.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009















A pior maneira de não chegar a determinado lugar
é pensar que já se está lá.

Provérbio Hindu


















A melhor coisa que você pode fazer
para cultivar a verdadeira sabedoria é praticar a consciência
de que o mundo é um sonho.

Paramahansa Yogananda

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Rajasthan


























Rajasthan é conhecido como a Terra de Reis. Habitado pelos rajput, este território desértico com paisagens rochosas e onduladas dunas, conta com formosos palácios rodeados de jardins, lagos e perus reais, podendo percorrer nos lombos de elefantes belamente adornados.

Festival do elefante






















O elefante é um animal sagrado para os indianos. Considerado símbolo de sabedoria, é comum utilizar peças com sua imagem como amuleto de boa sorte.
É considerado pela tradição um dos melhores amuletos para combater a inveja e o olho gordo.
Os antigos ainda agregavam a cor vermelha ao elefante, e diziam que um elefante vermelho de costas à porta de entrada, não permitiria que energia negativa nenhuma se aproximasse. E com a tromba para cima.

Em Jaipur é celebrado no mês de março o Festival do elefante onde pode-se contemplar este animal em procissão formosamente enfeitado.
A festa começa com uma procissão de elefantes, camelos e cavalos, seguido pelo povo alegre e por bailarinos.Na festa, os eventos são as corridas de Elefantes, jogos de pólo com elefantes e cabos de guerra entre homens e elefantes.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Onde há amor, há dor























Segundo a tradição erótica da Índia, a mordida é um elemento muito importante e o Kama Sutra dá uma boa lista de mordidas com toda riqueza de detalhes.

As mordidas costumam ser dadas em quase todas as partes do corpo e vão desde a mordida brincalhona, mais provocadora que erótica, até o forte apertão com os dentes que costuma ser dado no calor da paixão e faz com que os orgasmos sejam mais duradouros. No entanto, muitos costumam evitar este último tipo de mordida, porque é difícil de controlar e costuma deixar marcas muito evidentes. Também porque durante o orgasmo as mandíbulas podem sofrer um espasmo e fechar com força, o que pode ocasionar feridas.

As mordidas recomendadas pelo Kama Sutra são:

. Mordida de Javali
O rastro que deixa na pele são como filas indianas, muito próximas umas das outras e com intervalos vermelhos como as pegadas que costumam ser deixadas pelos javalis no barro. É uma mordida que costuma ser feita no ombro.

. A nuvem quebrada
Consiste em levantamentos desiguais da pele em círculo, produzidos pelos espaços que há entre os dentes. O Kama Sutra especifica que este tipo de mordida deve ser feita no peito.

. Mordida escondida
É a mordida que só deixa uma intensa marca vermelha e que deve ser dada no lábio inferior.

. Mordida clássica
Quando se pega com os dentes uma grande quantidade de pele.

. O ponto
Quando se pega com os dentes uma pequena quantidade de pele de tal maneira que só fique uma marca como um ponto vermelho.

. A linha dos pontos
Quando essa pequena porção de pele é mordida com todos os dentes e todos eles deixam sua marca. Deve ser dada na testa ou na coxa.

. O coral e a jóia
É a mordida que resulta da junção dos dentes e dos lábios. Os lábios são o coral e os dentes são a jóia.

. A linha de jóias
Quando se dá uma mordida com todos os dentes.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Pérola



















Na Índia é o símbolo da imortalidade, daí o fato de colocarem uma grande pérola na boca do morto, para regenerá-lo e inseri-lo num ritmo cósmico, cíclico, que, à imagem das fases da lua, pressupõe nascimento, vida, morte e renascimento.

Pérolas















"Após a criação do mundo os quatro elementos honraram o Criador, cada um com um presente. O Ar ofereceu-lhe um arco-iris; o Fogo uma estrela cadente; a Terra um precioso rubi e a Água uma pérola".

Na Índia acreditava-se que as pérolas nasciam na testa, cérebro e estômago dos elefantes (animais sagrados), também nas nuvens, conchas, peixes, serpentes, bambus e ostras. Sendo propriedade exclusiva dos deuses, as pérolas das nuvens irradiavam boa sorte. As pérolas das serpentes possuíam um halo azul e descendiam de Va’Suki, soberano das serpentes. Os mortais muito raramente viam essas pérolas: somente os de grande mérito gozavam de tal privilégio.

sábado, 5 de setembro de 2009


















"Adormeci e sonhei que a vida era alegria; despertei e vi que a vida era serviço; servi e vi que o serviço era alegria. "
(Rabindranath Tagore)

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Como o lótus nascido do silêncio
o monge medita as transições da lua,
a transparência do vidro,
o silêncio...

Silvera o Horla


quinta-feira, 3 de setembro de 2009






















“Esquece a felicidade que desfrutavas ontem
mas que não te seguiu no presente.
Sê feliz, nada esperes, nada lamentes.
O que deve acontecer está escrito no grande livro
que o vento da eternidade folheia ao acaso.”

Rejeb ben Sahli ~ O Jardim das Carícias


"[...] Divina estação das rosas, do vinho e dos amigos sinceros.
Goza este instante fugitivo que é a vida."

Omar Khayyam, Rubaiyat

Hino Nacional da Índia

JANA-GANA-MANA


Sois o governador das mentes de todas as pessoas,
preparador do destino da Índia.
Vosso nome inflama os corações do Punjab, Sindh,
Gujarat e Maratha,
De Dravida e Orissa e Bengala;
Ecoa nas colinas de Vindhya e do Himalaia,
mescla-se na música de Jamuna e do Ganges e é
entoada pelas ondas do oceano Índico.
Eles oram por vossas bençãos e cantam em vosso louvor.
A salvação de todas as pessoas espera em vossa mão,
vós, preparador do destino da Índia.
Vitória, vitória, vitória a vós.

Letra e Música: Rabindranath Tagore (1861-1941)

quarta-feira, 2 de setembro de 2009



















"As pequenas coisas parecem não ser nada, mas são elas que trazem a paz;
Assim são as flores dos campos que acreditamos não terem perfume
Mas que juntas perfumam."


(Mohandas Gandhi)

terça-feira, 1 de setembro de 2009




























Na estação das rosas procuro um campo florido

e sento-me à sombra com uma linda mulher;

não cuido da minha salvação: tomo o vinho

que ela me oferece; senão, o que valeria eu?

Omar Khayyam

segunda-feira, 31 de agosto de 2009





























Todavia, sem que eu pedisse,

entraste em meu coração como um desconhecido qualquer,

e marcaste os momentos fugazes da minha vida com Teu selo de eternidade.

Tagore

O vinho e as rosas

























Embora não tenham limites as minhas conquistas
para mim há apenas uma cidade
e nessa cidade um palácio
e nesse palácio um quarto
e nesse quarto uma cama
e nessa cama uma mulher
adormecida
a jóia mais valiosa
de toda a minha coroa

Anônimo, Índia,
In O vinho e as rosas
Trad. de Jorge Sousa Braga

domingo, 30 de agosto de 2009
























"A borboleta conta momentos e não meses, e tem tempo de sobra."

Tagore

Pérolas



















Poemas épicos indianos como o Ramayana e Mahabarata contém interessantes lendas sobre pérolas: "Após a criação do mundo os quatro elementos honraram o Criador, cada um com um presente. O Ar ofereceu-lhe um arco-iris; o Fogo uma estrela cadente; a Terra um precioso rubi e a Água uma pérola". Na Índia acreditava-se que as pérolas nasciam na testa, cérebro e estômago dos elefantes (animais sagrados), também nas nuvens, conchas, peixes, serpentes, bambus e ostras. Sendo propriedade exclusiva dos deuses, as pérolas das nuvens irradiavam boa sorte. As pérolas das serpentes possuíam um halo azul e descendiam de Va’Suki, soberano das serpentes. Os mortais muito raramente viam essas pérolas: somente os de grande mérito gozavam de tal privilégio.

Kabir





























O sábio e poeta Kabir é uma das figuras mais interessantes e conhecidas dentro da mística hindu. Apesar de pouco conhecido no ocidente, no oriente seus poemas o colocam entre os grandes poetas místicos de todos os tempos, ao lado de Jalal ud-Din Rumi, San Juan de la Cruz, Al-Hallaj, Ryokan, Tagore, entre muitos outros.
Nasceu em 1440 na cidade de Benares.
Foi casado, teve filhos e a maioria dos historiadores acredita que ele tenha sido tecelão. Esse aspecto "mundano" de sua vida também é marcante em sua poesia, erigida em cima da busca do divino sem a negação do mundo, do perceber e sentir Deus em tudo, no dia-dia, em cada ato, por mais simples que ele seja...

O Céu e o Ninho




























És ao mesmo tempo o céu e o ninho.

Meu belo amigo, aqui no ninho,
o teu amor prende a alma
com mil cores,
cores e músicas.

Chega a manhã,
trazendo na mão a cesta de oiro,
com a grinalda da formosura,
para coroar a terra em silêncio!

Chega a noite pelas veredas não andadas
dos prados solitários,
já abandonados pelos rebanhos!
Traz, na sua bilha de oiro,
a fresca bebida da paz,
recolhida
no mar ocidental do descanso.

Mas onde o céu infinito se abre,
para que a alma possa voar,
reina a branca claridade imaculada.
Ali não há dia nem noite,
nem forma, nem cor,
nem sequer nunca, nunca,
uma palavra!

Rabindranath Tagore, in "O Coração da Primavera"
Tradução de Manuel Simões



























O que se ocupa demasiado a fazer o bem não tem tempo para ser bom.
Tagore

sábado, 29 de agosto de 2009

Quero ser o poeta da noite




Noite, velada Noite,
faz-me teu poeta!
Deixa-me entoar as canções
de todos aqueles
que, pelos séculos dos séculos,
se sentaram em silêncio
à tua sombra!
Deixa-me subir ao teu carro sem rodas
que corre silencioso de mundo a mundo,
tu que és rainha do palácio do tempo,
escura e formosa!

Quantos entendimentos ansiosos
penetraram mudos no teu pátio,
vaguearam sem lâmpada pela tua casa,
à tua procura!
Quantos corações, que a mão do Desconhecido
atravessou com a flecha da alegria,
romperam em cânticos
que sacudiam a tua sombra
até aos alicerces!

Faz-me, ó Noite,
o poeta destas almas despertas
que contemplam maravilhadas,
à luz das estrelas,
o tesouro que encontraram
de repente;
o poeta do teu insondável silêncio,
ó Noite!

Rabindranath Tagore

Desejo



























O desejo a impele ao encontro do amante
O receio a detém por um momento
Parece a seda de um estandarte
Que ora se abandona ora se furta ao vento


Kalidasa, séc. V - Índia
Trad.: Jorge Sousa Braga

terça-feira, 25 de agosto de 2009

À Espera do Amado




























Disse-me baixinho:
— Meu amor, olha-me nos olhos.
Ralhei-lhe, duramente, e disse-lhe:
— Vai-te embora.
Mas ele não foi.
Chegou ao pé de mim e agarrou-me as mãos...
Eu disse-lhe:
— Deixa-me.
Mas ele não deixou.

Encostou a cara ao meu ouvido.
Afastei-me um pouco,
fiquei a olhá-lo e disse-lhe:
— Não tens vergonha? Nem se moveu.
Os seus lábios roçaram a minha face.
Estremeci e disse-lhe:
— Como te atreves?
Mas ele não se envergonhou.

Prendeu-me uma flor no cabelo.
Eu disse-lhe:
— É inútil.
Mas ele não fez caso.
Tirou-me a grinalda do pescoço
e abalou.
Continuo a chorar,
e pergunto ao meu coração:
Porque é que ele não volta?

Rabindranath Tagore, in "O Coração da Primavera"
Tradução de Manuel Simões

segunda-feira, 24 de agosto de 2009




















"Acende a lâmpada do amor com a tua vida!"

Rabindranath Tagore

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

A história de Ganesha






















Ganesha foi criado a partir de uma pasta de sândalo e açafrão que a deusa Parvati (sua mãe e esposa de Shiva) tirou do próprio corpo. Ele foi designado para guardar as portas do santuário materno e só aceitava as ordens de Parvati.

Certa vez Shiva estava guerreando ao lado dos outros deuses e retornava à sua casa, alegre com a gloriosa vitória que trouxera aos deuses, parando apenas à entrada de sua casa, onde encontrou Ganesha. Este, seguindo fielmente as palavras de Parvati, não permitiu que o deus entrasse na casa.

Em um acesso de fúria e sem nenhuma piedade, Shiva usou seu poderoso tridente e separou a cabeça do menino do corpo. Arrependido e vendo Parvati muito triste, Shiva concedeu uma bênção à Ganesha: um elefante real foi decapitado e a cabeça do animal foi colocada no pescoço do filho que voltou a vida.

Assim, Ganesha se tornou uma criança especial com uma cabeça de elefante, designado a partir de então como "O Senhor que remove todos os obstáculos".

Ganesha simboliza a sabedoria, inteligência, amor, fertilidade e prosperidade. É o primeiro a ser invocado nas cerimônias para garantir o sucesso em qualquer empreendimento. Ele destrói todos os obstáculos materiais e espirituais.

domingo, 16 de agosto de 2009






















Se não falas, vou encher o meu coração
Com o teu silêncio, e agüentá-lo.
Ficarei quieto, esperando, como a noite
Em sua vigília estrelada,
Com a cabeça pacientemente inclinada.

Rabindranath Tagore


sábado, 8 de agosto de 2009

Vocabulário

Are baba: é uma exclamação, equivale a um "poxa!", "ô Deus", "não brinca" "ah, não".

Arebaguandi: também no sentido de "ai meu Deus"!
(Quando se coloca esse final "di", acrescenta-se um respeito maior à pessoa a quem você se dirige. Assim, arebaguandi é um "ô meu deus"mais respeitoso ainda que o Baguan Keliê).

Atchá: expressão de satisfação.

Atchatchatcha: expressão que traduz extrema satisfação.

Baguan keliê: uma expressão que significa “por Deus!”, “ô meu Deus!”.

Bhaya: irmão mais velho.

Bus: significa “basta” e tem um significado bem amplo. Pode ser usada para dizer que não quer mais nada em uma loja ou para pedir que alguém pare de fazer alguma coisa.

Dalit: é o chamado intocável, uma pessoa impura. Os textos sagrados definem como “a poeira aos pés do deus Brahma”. Os Dalit não podem sequer tocar com sua sombra um integrante das castas.

Djan: querido, amado

Djan, djan: vá, vá, vamos.

Divina laksmi: é o nome próprio de uma deusa que traz prosperidade e beleza para a terra.

Firanghi: vem do inglês “foreign”, que significa estrangeiro. Na mistura de línguas virou Firanghi, que significa estrangeiro ou estrangeira. O inglês é muito usado na Índia já que parte do país foi colônia inglesa até 1947. A palavra Firanghi carrega um sentido pejorativo, já que se refere a quem não valoriza os costumes do país.

Karwa chauth: é o dia em que as mulheres casadas fazem jejum para que os deuses concedam vida e longa e prosperidade a seus maridos.

Manglik: pessoa amaldiçoada para o amor. Isso significa que o primeiro casamento da vida dessa pessoa está condenado ao fracasso, mas nada se sabe quanto ao segundo. Por isso é recomendado que ela se case com um animal ou um vegetal para se livrar de tal maldição. Este ritual de casamento é chamado de Kumbh Vivah.

Namastê: um cumprimento para saudar as pessoas. Significa “o deus que habita em mim saúda o deus que habita em você”.

Puja para Ganesha: Puja é um tipo de ritual, e Ganesha é a divindade mais popular da Índia. Portanto, Puja para Ganesha significa “ritual para Ganesha”. Na ocasião, são oferecidas comidas como coco, doces, grão de bico e outras iguarias indianas. Além das oferendas, flores, incensos e velas devem enfeitar o ritual.


Sari: roupa típica da Índia usada pelas mulheres. Trata-se simplesmente de um pano enrolado no corpo.

Tchalô: vamos!

Tik: sim.

Tik he: tem o significado de “tudo bem”, que é usado até quando se quer concordar com algo.

Tik tik: sim, sim.

Tuc-tucs: mais confortáveis que os riquixás, têm sua estrutura sobre uma moto e funcionam da mesma forma, inclusive como táxi.

Ulu: é a definição de uma pessoa estúpida, burra.

Ulucapatá: o maior de todos os burros; “grande senhor dos burros”, como traduzem os indianos.

terça-feira, 7 de julho de 2009













"Assim como uma gota de veneno compromete um balde inteiro, também a mentira, por menor que seja, estraga toda nossa vida."
Gandhi

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Uma oração budista



“Que todos os seres sejam felizes,
Estejam onde estiverem,
Sejam fracos ou fortes,
Altos, baixos ou medianos,
Pequenos ou grandes.
Que todos, sem exceção, sejam felizes.
Seres visíveis ou invisíveis,
Aqueles que moram perto ou longe.
Aqueles que nasceram
E aqueles que ainda estão por nascer.
Que todos os seres sejam felizes.”

(Prece extraída do texto sagrado Sutra, é recitado para despertar a compaixão por todos os seres.)

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Mangal Sutra























É um colar de ouro fechado por três nós simbolizando a trindade Hindu - Brahma, Vishnu, e Shiva, que as mulheres usam quando se casam na Ìndia.
O colar é símbolo de compromisso, de ligação, e é sempre uma joia muito bonita.
Este simbolismo vem do significado desta palavra em sânscrito. “Mangal” quer dizer lealdade, fidelidade, auspicioso, ou seja, aquilo que é bom para os dois e “sutra” é arte ou preceitos. É comum um rapaz apaixonado dizer para uma moça que não vê a hora de colocar o mangal sutra nela.



terça-feira, 2 de junho de 2009

Incensos

















Os indianos utilizam o incenso como forma de purificação. Estando relacionado ao elemento ar, representa a percepção da consciência que (no ar) está presente em toda parte.

Na Índia, o ritual dos incensos obedece à duas etapas. Em primeiro lugar são acesos incensos ou resinas de purificação, como cânfora e olíbano. Só depois são escolhidos exemplares específicos para cada caso: atrair prosperidade, ativar o amor ou promover a saúde.

perfumes de incenso e seus significados, atribuídos pelos indianos:


Amor : Almíscar, Jasmim, Maçã, Rosa, Lótus, Ópium, Sândalo, Patchoulli
Limpeza : Alecrim, Arruda, Eucalipto, Canela, Cravo
Espiritualidade :Mirra, Violeta, Rosa
Meditação: Violeta, Mirra, Rosa, Verbana
Acalmar: Alecrim, Alfazema, Flor de Maça, Jasmim
Estudos: Alfazema, lótus, Jasmim, Rosa
Energizar : Canela, Eucalípto, Cravo

sábado, 23 de maio de 2009

Bindi

Churi




















Pulseiras indianas!

Sari























Tecido retangular que não pode ser cortado nem costurado, possui comprimento variando entre 4 e 8 m, sendo a largura mais comum a de 1,20 m.

A origem do Sari é tão velha como a civilização indiana. Há 5 mil anos, o algodão já existia na Índia e era transformado em tecido. Uma das mais antigas representações de uma mulher usando um Sari remonta a 100 anos Antes de Cristo, numa terracota do período Shunga (200-50 AC). Deidades religiosas são mostradas com Saris em diversas pinturas e esculturas. Exemplos significativos são as esculturas da civilização Greco-Gandhara Indiana (50 AC - 300 DC), representadas em diferentes estilos de drapeados. Entre os deuses, semi-deuses e mortais representados nos murais das Grutas de Ajanta (final do século 5), há duas representações de mulheres usando Saris cobrindo todo o corpo.

O Sari é usado com duas outras peças de roupa: a Ghaghra (anágua sem pregas, que ajuda a manter o Sari na cintura), usada sob o Sari, e o Choli (blusa curta, que cobre o busto). Pode-se usar um acessório (broche) para manter juntas as pregas do Sari na altura dos ombros. Mas, sem dúvida alguma, o uso do Sari é considerado incompleto sem o Bindi (pequeno círculo colorido usado entre as sombrancelhas) e as jóias, principalmente o Churi (Bangles - inúmeras pulseiras em cada braço). O Bindi vermelho é exclusivo das mulheres casadas, assim como as cores vivas: vermelho, laranja e amarelo. As mulheres solteiras usam cores mais suaves, como o azul ou o verde, sempre acompanhadas do Bindi, que as embelezam. Outra peculiaridade são os brincos colocados no nariz: os simples, apenas um botão, podem ser usados por todas as mulheres, mas os de argola, maiores, que são presos entre a cartilagem do nariz, são exclusivos das mulheres casadas.

Sindoor












Ele é um pó vermelho que as mulheres casadas aplicam na divisa do cabelo. Ele significa o desejo de longevidade ao marido. A primeira vez que o Sindoor e aplicado é durante a cerimônia de casamento e quem aplica é o marido.
O sindoor é preparado através de açafrão e mercúrio. Devido às propriedades do mercúrio acredita-se que o sindoor ajuda no controle da pressão alta e ativa a função sexual. Para um melhor resultado, o Sindoor deve ser aplicado acima da glândula pituitária, onde todos os sentimentos são centrados.
O sindoor não é aplicado em viúvas.

Bindi















O Sagrado Ponto bindi ou (também conhecido como Kumkum, mangalya, tilak, sindhoorentre vários outros nomes) é uma maquiagem utilizada na testa pelas mulheres indianas. O termo é derivado da palavra Bindu, que em Sânscrito significa ponto. Normalmente é um ponto vermelho feito com Vermilion (sulfato de mercúrio vermelho brilhante finamente pulverizado). Considerado o símbolo sagrado de Uma ou Parvati, o bindi simboliza a força feminina (shakti) é acredita-se que proteja as mulheres e seus maridos. Tradicionalmente um símbolo de casamento (por isso as viúvas não utilizavam), se tornou um item decorativo e hoje é utilizado por mulheres solteiras e também por mulheres de outras religiões. Atualmente não se restringe mais a cores e formas específicas, os bindis são vistos em várias cores e formatos e são feitos com adesivos e feltros.

Acredita-se ainda que as odaliscas usavam o Bindi porque acreditavam que esse Terceiro Olho ajudaria na sedução.

Tilak

Tilak em sânscrito significa marca. Existem diferentes formas e materiais de Tilak e diferentes significados.

Ele é aplicado no ponto onde se situa o terceiro olho ou o olho espiritual. Todas as ações humanas são governadas por esse ponto. Ele é normalmente aplicado antes de qualquer cerimonia hindu, por homens, mulheres e crianças. O tilak pode ser de pasta de sândalo, de kumkum (pó vermelho), de açafrão e de cinzas. Cada um tem um significado.

* Sandalo - calma, tranquilidade e pureza
* Kumkum - poder,vigor,dinamismo eestabilidade
* Açafrão - riqueza, fortuna, prosperidade e opulência
* Cinzas - devoção, dedicação, e cometimento

Os devotos de Shiva costumam usar Tilak de Cinzas e normalmente é feito em três linhas horizontais conhecidas como tripundra.

Os devotos de Vishnu costumam usar Tilak de pasta de sândalo e normalmente é feito em três linhas verticais.

Os devotos de Shakti (energia cósmica) costumam utilizar kumkum e e feito apenas uma linha vertical porem as vezes é utilizado apenas um ponto vermelho.

Após a aplicação do Tilak é comum a aplicação de grãos de arroz.





Photo: Meena Kadri.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Benzaiten
















 

Também conhecida como Benten, traz um instrumento semelhante ao bandolim.
. Origem hindu. Deusa Das Artes, da Música e da Água.

Daikokuten




















Representado com o rosto gordinho e trazendo um martelo e um grande saco nas costas.
Origem hindu.
Deus da Saúde.

domingo, 17 de maio de 2009

Literatura sagrada da Índia




















Veda significa em sânscrito "saber", sendo dos quatro Vedas conhecidos o mais famoso e antigo, o "Rig-Veda". As suas descrições referem-se somente à região do Penjab, precisamente a primeira região ocupada por estes invasores.

"Os Vedas, assim como toda a a literatura sagrada da Índia, estão redigidos em Sânscrito. É, claro está, um língua indoeuropeia, parente próxima do iraniano. Ainda se serviam dela nos primeiros séculos da nossa era. Língua sagrada e estudada por todos os indianos cultos, melhor não poderíamos fazer compreender o papel que ela desempenha nas Índias do que evocando o lugar que o latim tinha entre nós na Idade Média. O sãnscrito, idioma elegante e polido (samscrita significa "acabado", "feito" ou "refeito intencionalmente", opõe-se ao prácrito, língua vulgar ("prâkrita significa "natural").

Excerto de "O Budismo" de Henri Arvon, p. 15-16 Colecção Saber, PEA

Os Veda

























Os Veda contêm a visão religiosa do mundo. Estes, como os livros da Bíblia, constituem uma coleção bastante heterogênea, abrangendo livros didáticos, sapienciais e litúrgicos, misturados com histórias profanas, lendárias e autênticas. "Veda" quer dizer "conhecimento". Não um conhecimento de verdades teóricas, mas de ritos e hinos que produzem "brahman", ou seja, espécie de força que está nas origens de tudo para garantir a ordem cósmica, o poder dos deuses e o destino das pessoas.

Os Veda formam quatro grandes coleções:

* Rig-Veda (= Veda dos hinos), que parece ser a mais antiga, descreve o panteão védico (o conjunto das divindades), mostrando que os deuses estão divididos em classes, cada um controlando uma dimensão do universo: a atmosfera, o céu, a terra, etc.
* Mahabharata: um longo poema (200 mil versos) contando as lutas entre as tribos que povoavam as antigas regiões do rio Ganges.
* Bhagavad-Gita: representa o coração do hinduísmo e ensina a justa conduta do ser humano.
* Ramayana: um poema de 40 mil versos celebrando a conquista do sul da Índia.

Castas































De acordo com seu comportamento moral, as pessoas são agrupadas em conjuntos que ocupam lugares diferentes na sociedade. Segundo os brâmanes, as castas são quatro: os sacerdotes ou brâmanes, os dirigentes, os agricultores e comerciantes e os artesãos. Os párias (os intocáveis) são aqueles que, por ter tido um comportamento imoral, estão fora das castas. Sua única consolação é a de, eventualmente, poderem renascer dentro de uma casta superior numa segunda ou terceira existência.


Os chefes religiosos do hinduísmo são os brâmanes. Eles apresentam a Deus as oferendas que recebem dos fiéis - flores, comida, dinheiro - e depois as distribuem aos pobres, guardando uma parte para seu próprio sustento. O hinduísmo recomenda muito a esmola feita com generosidade.

Por criar discriminações entre as pessoas, a divisão em castas foi abolida pela Constituição indiana de 1950. Apesar disso, ela continua consolidada na mentalidade das pessoas.